Exercício que Ilumina a Alma

Inspiração para Eventos

“O que se leva desta vida é a vida que a gente leva.”

Essa frase dita pelo personagem Barão de Itararé, que ganhou fama por sua irreverência, tendo a figura de Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly (1895-1971) como seu idealizador, demonstra ser adequada na intenção de buscar reflexões que mesmo sendo individuais, nos leva a pensar no coletivo, já que não é possível o viver isolado.

A palavra mais buscada, utilizada, digitada, falada, reverberada aos 4 cantos, na atualidade, é a célebre EMPATIA. Em sua etimologia, o vocábulo vem do termo grego “empatheia”, ou seja em+patheia (pathos/paixão). E em sua compreensão plena seria  a capacidade psicológica de sentir, ou de se colocar, no lugar de outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela.

A questão é que seu exercício é muito difícil, pois temos a tendência de fazermos esse movimento por meio de nossos olhos, nossas experiências, nossas bolhas. E aí… a empatia não brota.

Nos eventos, com todas as questões de acessibilidade em voga, no atendimento as premissas humanas, e é claro, de identificação que o projeto tem essa preocupação associada, também ao ESG e interesse na integração dos perfis diversos, há momentos que o desejo de fazer extrapola a funcionalidade real de nossa condução.

Justamente pela questão da empatia disforme, que é olhar o outro, com os seus olhos e não com os olhos do outro.

Por isso, para quem é da área, e para quem não é, encontra-se em São Paulo e no Rio de Janeiro, uma imersão sensorial, que deveria ser obrigatória no curriculum de cada um.

Intitulado Diálogo no Escuro, a exposição que em São Paulo está no Unibes Cultural e no Rio, no Museu Histórico Nacional, é uma experiência de diversidade, inclusão, empatia, conexão e integração. É um catalisador para mudanças, com impacto consistente sobre todas as culturas. A trilha em si dura pouco mais de uma hora, mas os efeitos podem durar uma vida.

Os visitantes são guiados por Pessoas com Deficiência Visual, em grupos, através de salas totalmente escuras e especialmente construídas, em que cheiro, som, vento, temperatura e textura apresentam as características de ambientes cotidianos – como parques, ruas e lojas.

Através dessa inversão de papéis, as rotinas diárias tornam-se uma nova experiência. Pessoas que podem ver são levadas para fora do seu ambiente familiar. As Pessoas com Deficiência Visual é que proporcionam segurança e sentido de orientação, transmitindo um mundo sem imagens.

Durante e após a visitação, o público tem a oportunidade de fazer perguntas que normalmente não têm chance de fazer a uma Pessoas com Deficiência Visual, reduzindo as barreiras de ambos os lados e ajudando na compreensão mútua. A ênfase não é sobre a cegueira, mas sim sobre a importância da compreensão, empatia e solidariedade.

A exposição visa mudar a mentalidade das pessoas sobre a deficiência, estimular a diversidade e inclusão, além de aumentar a tolerância sobre o “outro”.

É importante ressaltar que esse projeto já conta com mais de 30 anos, passou por 140 cidades, de mais de 40 países. A exposição foi prestigiada por mais de 9 milhões de pessoas e empregou mais de 8.000 pessoas com deficiências visuais.

A iniciativa na concepção do projeto é da empresa alemã Dialogue Social EnterpriseTM. e no Brasil, a representação é liderada pela Calina Projetos.

Já tinha passado pelo Museu da Empatia, há alguns anos em Sampa, outra experiência bárbara, mas, confesso que o Diálogo no Escuro foi ainda mais visceral e, por isso mesmo recomendo a famílias, a grupos de trabalhos e até mesmo a uma possível audiência de um evento.

Isso acaba sendo possível, pois eles desenvolveram um workshop que possibilita trabalhar com vários temas correlacionados a empatia e humanidade e pode ser contratado para ser a diferença em um evento.

Espero com esse simples texto, ter gerado em você mais que uma curiosidade, que tenha revelado uma forte proatividade e você, caso seja possível, garanta seu lugar nessa atividade transformadora, que lhe permitirá ver o mundo com olhos totalmente diferentes.

instagram.com/dialogonoescuro