Os números ainda estão sendo contabilizados, mais já ultrapassaram mais de 115 óbitos e centenas de feridos.

Um ato bárbaro, já assumido pelo Estado Islâmico em uma casa de shows na periferia de Moscou, na última sexta-feira, traz um sobressalto maior com relação a uma variável de segurança de extrema delicadeza em sua gestão: Ataques Terroristas.

O ataque aconteceu na Crocus City Hall, onde aconteceria em instantes o show da banda de rock Picnic, bastante famosa na Rússia. Todos os ingressos haviam sido vendidos e esperava-se  uma lotação de pouco mais de 9 mil pessoas. Atiradores invadiram o local e dispararam contra as pessoas, além de detonar explosivos.

Esse triste episódio já é considerado o ataque mais mortal na Rússia desde o cerco a uma escola de Beslan em 2004.

Há duas semanas, a embaixada americana na Rússia alertou que “extremistas” tinham planos iminentes de um ataque em Moscou.

Todo esse pavoroso cenário, nos faz ter a certeza que cada vez mais, os eventos tornam-se alvos de manifestações violentas com o intuito de promover o terror, seja em função de ideologias religiosas, políticas ou até mesmo de caráter pessoal, em virtude de distúrbios psicológicos.

O vocábulo  “terrorismo”  deriva  do  latim  terror,  que  significa medo ou horror. Utliza-se de termo para conceituar um fenômeno político, de longa data, cuja finalidade é aniquilar ou fragilizar rivais mediante o uso de violência, terror e morte de pessoas inocentes.

Há os grupos organizados para tais fins, financiados por movimentos marginais que buscam na execução de planos violentos chocar as pessoas, e assim, chamar a atenção para sua causa.

Há ainda aqueles que denominamos de  “lobo solitário” uma pessoa que age sozinha, no momento e no local que julgar conveniente. Seu surgimento, na história, deu-se no final do século XIX, quando indivíduos simpatizantes dos anarquistas, por conta e risco próprios, tomavam a iniciativa de planejar e executar atentados. Ao longo do século XX, surgiram outros “combatentes solitários”.

No âmbito desse tipo de terror, há dois grandes grupos: o grupo formado por aqueles que não se vinculam a nenhuma entidade, nem recebem instruções de ninguém ou devem obediência a alguém, e o grupo daqueles que igualmente agem sozinhos, não recebem orientação, nem são necessariamente filiados a uma organização, mas com ela se simpatizam e por ela se sacrificam, ainda que isso não lhes tenha sido exigido.

Esses são mais difíceis de serem previstos ou rastreados pelas forças de segurança, esses atos individuais são relativamente simples e podem ser executados a qualquer momento. Não são ações coordenadas ou sob as ordens de terceiros, mas uma autêntica iniciativa de algum simpatizante de uma causa ou até mesmo em função de distúrbios mentais.

Seja qual for o perfil desses criminosos, exige-se uma maior atenção e ações dos organizadores de eventos de entretenimento ao vivo, já que seu trabalho oferece condições que atraem a motivação de lunáticos individuais ou coletivo, pois aglomeram muitas pessoas em um único ambiente, com seu senso de tranquilidade mais ativado, pois estão ali em busca de diversão e lazer e tendem a não ficar tão ligados ao ambiente e suas possíveis periculosidades.

Por mais difícil que seja a ambiência, uma equipe de segurança em eventos deve ter em seus planos de contingências, o gerenciamento de crise, como desse porte, no qual a comunicação é primordial, sobretudo no momento da ocorrência e seus desfechos.

As eminências que os ataques terroristas não são mais geograficamente restritos a territórios em conflitos e que cada localidade tem uma tipologia com características de suas realidades multiplicam-se direcionando em pleno século XXI, ataques das mais diferentes ordens: cibernético, com armas químicas, armas biológicas, uso de armas radiotivas, nucleares, para citar apenas alguns.

Em muitas ocasiões, quando trabalhamos planos de segurança em eventos, muitos clientes nos taxam como neuróticos ou até mesmo como perdulários, por demandar valores elevados para a execução dos mesmos.

A questão é que desde o final do século passado, o mundo assiste perplexo engenhosos e cruéis acontecimentos terroristas, que tem ceifado muitas vidas e que só aumenta o medo e a desconfianças das pessoas.

Não é mais possível, se quer dizer que o Brasil está livre desses ataques, que demonstram que o ódio está em escala mundial ganhando cada vez mais terreno.

E isso parece que não será algo efêmero… infelizmente.

Há a necessidade, cada vez maior, de unir esforços, investir na cultura preventiva de segurança eventos, de obter informações, treinar equipes e fomentar o monitoramento em tempo real para que possamos mitigar tais registros. Não há como ter garantia de 100%, mas nossa obrigação é fazer tudo ao nosso alcance para lidar com o improvável, cada vez mais real e mais perto.