O ano de 2019 começou e com ele já no primeiro mês, não nos faltou uma série de solenidades públicas referentes as posses das novas gestões governamentais e legislativas.

Entre situações patriotas e outras estapafúrdias, um quesito tem chamado a atenção, sendo um reflexo do que acontece também nos ambientes de outros tipos de eventos.

Trata-se da inadequação do uso de trajes, vestimentas.

Cumprimentos muito aquém do que seja respeitoso, decotes que transparecem até a alma, brilhos que ofuscam até o mais discreto globo de prata da balada mais famosa, roupas que nunca chegaram perto de um ferro de passar, tamanhos menores para pessoas maiores e vice-versa, paleta de cores que deixa o arco-íris inibido e moldes tão justos que nem segunda pele, poderia ser tão incorporada ao corpo: são apenas alguns exemplos que com frequência nos deparamos nos eventos.

Em muitos casos mesmo que haja a orientação de qual traje deverá ser utilizado para o evento, o público, ou não entende sua configuração ou realmente aposta em estilos, que chocam pelo surrealismo ou falta total de aderência com o conceito e a identidade do acontecimento especial.

Há também a veia inventiva do brasileiro, que acaba induzindo erros escandalosos, pois teimam em sinalizar com tipos de trajes que não são oficialmente padronizados e reconhecidos como tais.

Como você iria a um evento, com a informação que o traje é “Tropical?” E se fosse “Gipsy Chic”? Ou ainda “Perdidos na Vida”? Sem falar na abominável composição “Miserável”?

Realmente seria possível explorar diversos estilos, associações e conexões. Só de pensar… arrepia!

Se a organização do evento quer criar uma disruptura com os clássicos códigos de trajes que existem socialmente formatados, deve adotar no serviço de RSPV – ativo ou passivo – uma fonte de informações correlatas a ideia, para que o público não fique desorientado e acabe embarcando em uma onda surreal, que chamará a atenção, na maioria dos casos, pelo tom bizarro e completamente sem noção.

Convites que não indicam o dress-code, ou seja, o código da roupa que se adequa a tipologia do evento realizado, podem gerar desconforto e até mesmo insegurança, deixando os participantes em situações de constrangimento e até mesmo de pouco interesse no aceite do mesmo. Portanto, é vital que em um convite de evento o tipo de traje seja informado, reforçado.

É bom salientar que são apenas quatro trajes universalmente reconhecidos: Esporte, Passeio, Passeio Completo e Gala/Rigor/Black Tie.

Não existe traje social, afinal de contas, todos os trajes são sociais, já que não há uma liberdade para que todos andem pelados em sociedade.

Agora como explicar o que é esporte fino ou Passeio luxo? Realmente, nem os fortes conseguem.

Sem dúvida alguma, as mulheres acabam tendo muito mais chances de erros, já que as peças de seu guarda roupa são em número bem maior do que dos homens. Isso sem comentar a gama de acessórios, muitos seguindo as tendências da estação e da moda, que nem sempre estão alinhados com o ambiente do evento.

A roupa é uma espécie de cobertura, com finalidade, de proteção, decoro e que transmite muito da personalidade de uma pessoa. É claro que todos nós, temos a liberdade de vestirmos o que quisermos. Porém é preciso respeitar o ambiente social, o evento, que define em sua mensagem o que se espera em termos de vestimentas. Sempre digo, há locais para todos os tipos de roupas, só precisamos ser sagazes suficiente para identificar essa correlação.

Em época de exibicionismo, muitas pessoas usam sua vestimenta para realmente transmitir algo, mas é preciso cuidado, para que essa transmissão realmente seja fidedigna aos propósitos e esteja em sinergia com o evento, afinal, é uma atividade coletiva, que deve manter todos em um estado irmanado, sem repulsas, sem vergonhas, sem inquietações, sem olhares perplexos, afinal, a passarela, nesse momento, é de todos, e o respeito deve ser item que não pode ser deixado guardado em um closet.

Seja feliz, vista o que quiser, mas tenha empatia e respeite o evento que você está!