No dia do seu aniversário de 470 anos, no dia 25 de janeiro, a cidade de São Paulo recebeu um presente especial: a retomada do tradicional Bolo de Bixiga, um bolo quilométrico, que já chegou a entrar no Guinness Book, o Livro dos Recordes, como o maior do mundo.

Distribuído, ou melhor, alvo de cobiça exagerada pela população, o bolo tem por tradição, aumentar a cada ano, totalizando em metros a quantidade de anos que a cidade está completando. A celebração não foi realizada nos últimos três anos, mas retoma neste aniversário.

O bolo foi idealizado em 1985 por Armando Puglisi, mais conhecido como Armandinho do Bixiga. Após o seu falecimento, em 1994, a tradição foi mantida por seu amigo e parceiro, Walter Taverna, que faleceu no ano passado e por essa razão, enlutada, a comunidade não deu continuidade em 2023.

Vale ressaltar que no passado, essa tradição, ganhou maior popularidade no país, pelas cenas dantescas de pessoas em atitudes sem nenhum traço de civilidade, com sacolas plásticas, panelas, travessas e até baldes avançando em cima do bolo para garantir sua cota.

Era um verdadeiro show de horror, bolo espalhado no chão, nas roupas das pessoas e até mesmo como munição para jogar nas outras pessoas.

Ora, bolas… isso é festa ou é barbárie?

Era até de se espantar que marcas mantivessem o patrocínio, diante de tanta falta de educação, transmitindo uma imagem que não é verdadeiramente da cidade.

Porém, para essa retomada, a organização, sensibilizada e atendendo a pedidos, decidiu organizar um outro esquema de distribuição, que será mais demorado, mas irá expressar que se todos colaborarem, terá bolo para todos, com parcimônia, ordenação e tranquilidade.

“O bolo será colocado numa mesa gigante e protegida por grades. Voluntários vão montar os bolos e, ao meio-dia, após todo mundo cantar ‘Parabéns para São Paulo’, o bolo será cortado e servido em pedaços na mão das pessoas”, foi essa a divulgação feita pelos organizadores dias antes do evento.

E para nossa alegria, realmente aconteceu!!!

De forma muito educada, sem estress, sem empurra-empurra… na verdade, alguns, cada pessoa presente garantiu seu pedaço de bolo. Se quisesse mais de um, era só retornar a fila.

Quando a gente quer, a gente realiza. Dessa forma, eu que era totalmente contrária a surrealidade dessa ação, modifico meu pensamento e faço parte do coro que apoia a iniciativa.

Mas na festa não teve só bolo, não!

O evento contou, ainda, com a apresentação da Bateria 013, fruto de um projeto social criado em 2016 que reúne jovens sambistas do bairro e da Vai-Vai e também o DJ Papaleo, Trupe Baião de 2 e o cortejo pelo Parque do Bixiga foi com o grupo Charanga do França.

Uma fusão que tão bem representa a multiculturalidade da cidade aniversariante.

Parabéns Sampa!