Crise à vista!

Crise é algo que ninguém está livre de escapar… e não há distinção…essa máxima se aplica a pessoas físicas, personalidades, autoridades, empresas, marcas, governos, enfim… é algo realmente bem democrático.

A principal diferença dos tipos de crises e suas respectivas consequências está na gestão das mesmas, não só de forma reativa, mas principalmente preventiva.

Uma equipe muito bem entrosada, lideradas por um comitê, especialmente formatado para isso deve conduzir toda uma estratégia transparente, solícita e dinâmica.

A assessoria de comunicação é peça chave… a mesma não deve só funcionar quando está tudo bem… quando tem todo o interesse positivo sobre si… nos momentos difíceis conseguimos perceber o quanto são profissionais ou não que estão nessa tropa.

A pior tática utilizada em uma circunstância de crise é a do “avestruz”, o bicho, de proporções gigantescas, quando aterrorizado, busca esconder sua cabeça na terra, acreditando que assim, o que lhe dá medo irá desaparecer e não irá perceber que o mesmo está alí… é muita ingenuidade… do animal.

Não é possível que empresas, em pleno século XXI, acreditem que essa ação é a mais correta a ser aplicada. Isso não denota ingenuidade, isso denota desrespeito com a conexão que possuem com diversos grupos de interesse.

As mídias tradicionais não podem ser controladas, o público, hoje, com todo poder nas pontas de seus dedos não pode ser manipulado. Sua única intervenção arbitrária é em suas mídias próprias… mas aí o cuidado para não gerar um mundo paralelo, sem estar no metaverso deve ser redobrado.

O comunicado encaminhado pela assessoria de imprensa do The Town, a Approach Comunicação, no dia posterior a sua abertura, com grandes elementos caóticos, destacou o seguinte:

“Fãs se emocionam ao entrar na Cidade da Música pela primeira vez e com os encontros surpresa nos palcos”….

Certamente depois de uma recepção desorganizada e extenuante, o público realmente ficou emocionado, afinal há relatos, não só escritos, mas também, gravações compartilhadas em tempo real nas mídias sociais que as filas de entrada para a Cidade da Música.

Os primeiros a atravessar as catracas se depararam com o fundador do The Town, Roberto Medina, que foi pessoalmente recepcionar os fãs e acompanhar a entrada do público neste primeiro dia. Porém, certamente, após verificar a bagunça que se formou, acabou desaparecendo, no meio da multidão.

Há relatos de horas de espera para entrar e uma fila com cerca de 2km de extensão. E para gerar ainda mais desordem, as poucas pessoas da equipe de receptivo do evento, estavam completamente perdidas e sem apoio operacional.

Tal confusão, provocou uma plateia minguada na abertura com a Tasha & Tracie que abriram o festival no palco The One – uma dupla de rappers brasileiras que estourou no último ano, e que contou com a participação de Karol com K.

A organização também fez questão de checar todos os ingressos de meia-entrada compradas na festa. As pessoas tiveram que apresentar o comprovante. Quem não fizesse isso, teria que se encaminhar até a bilheteria para pagar a diferença. E como a cultura do brasileiro tenta ganhar vantagem em tudo… muita gente teve que fazer esse caminho, gerando ainda mais tumulto.

A produção do The Town por meio de sua assessoria de imprensa, que  transparece não saber o que seja trabalhar sob pressão, emitiu a seguinte nota:

“A organização do The Town informa que fãs das atrações do festival começaram a formar filas em frente aos portões desde as primeiras horas do dia. Isto gerou uma demanda reprimida e um grande volume de pessoas acessou à Cidade da Música ao mesmo tempo. A operação do festival trabalha intensamente para que o público acesse o local, porém, é necessário garantir a segurança de todos”.

Pronto, a responsabilidade foi do público… que feio, The Town. Tantos investimentos para divulgar, vender o festival, gerar um clima propício para o surgimento da marca… e isso não foi previamente estudado?

Ué… 38 anos de experiência com o Rock in Rio, inúmeros festivais de sucesso internacional em São Paulo, não foi feito benchmarking? Boas práticas?

Além das longas filas na entrada, tumulto nas estações da Linha-9 Esmeralda e trânsito na região do Autódromo de Interlagos encheram as postagens e coberturas dos principais veículos de comunicação, que não eram parceiros do evento.

As autoridades não devem apenas aparecer para posar para fotos e potencializar seus ganhos eleitorais. As mesmas devem como parceiras imprescindíveis dos mega eventos chegar juntos e atuar de forma muito mais responsável e ativa.

E para colocar a cereja em cima do bolo… choveu… e choveu bastante.

O tênis de 1985 com lama também chamou a atenção de quem queria garantir as fotos para as redes sociais, mas não foi nem preciso chegar próximo da estrutura instagramável, bastava tirar fotos de seus próprios sapatos…

Depois de uma tarde abafada, com temperatura máxima batendo os 29,2°C, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE), uma chuva forte derrubou a temperatura na cidade e, por volta das 18h, chegou a 21°C.

E na tentativa de se proteger minimamente, muitas pessoas buscaram adquirir capas de chuvas, já que os espaços cobertos eram mínimos… Porém, a venda ilegal de capas de chuva foi motivo de muita reclamação entre os fãs de Iggy Azalea, Demi Lovato e Post Malone. De acordo com relatos do público, vendedores ambulantes oficiais do The Town estariam oferecendo capas de chuvas descartáveis por R$ 50 enquanto trabalhavam para o festival. E depois dizem que carioca que é malandro… A malandragem é de todas as naturalidades.

Agora uma pergunta que não me deixa ficar sem fazê-la… Onde está o Cacique Cobra Coral?

Medina, não seja muquirana… faça uma boa doação para a fundação e trabalhe com menos esse risco.

A Fundação Cacique Cobra Coral, que tem trabalhos para controlar o tempo, afirma que os organizadores do The Town dispensaram seus serviços, que prometem evitar temporais durante grandes eventos.

Segundo uma fonte da instituição espiritual, ela foi acionada só por um patrocinador para garantir que não chovesse durante a montagem, mas não pensou na  prevenção das chuvas ao longo dos shows.

A última edição do Rock in Rio, que é organizado pela mesma empresa do The Town, também decidiu dispensar a ajuda da fundação.

Desde 2001, o evento de música realizava uma parceria com a médium Adelaide Scritori para impedir que a chuva atrapalhasse os shows. A relação foi rompida em 2015, depois que houve um grande temporal num dos dias de festival, e as edições em 2017 e em 2019 seguiram sem o contrato – em ambas, a Cidade do Rock foi castigada pelo mau tempo.

Se existe algo para mitigar qualquer possibilidade de pontos negativos e que são comprovados… porque não fazê-lo.

São Paulo é a terra da garoa… queremos Cacique Cobra Coral, sim!!

E vamos aguardar e torcer, para que todos as falhas do primeiro dia, realmente tenham ficado para trás e que as lições tenham sido aprendidas…

A marca está em construção…e todo o cuidado será muito pouco!

Vamos lá… estamos ainda no começo!