De vez enquanto, surgem modismos que logo passam a ser incorporados de forma uníssona em nosso dia-a-dia.

E a área de eventos não é exceção!

Infelizmente as novidades chegam e assolam o mercado, sem que ao menos os profissionais a frente dos projetos de eventos analisem com propriedade se realmente aquela conduta irá ganhar produtividade e/ou resultados promissores.

Vale introduzir o conceito para que se estabeleça a conexão com a modernidade, tentando transparecer algo contemporâneo, vinculado a estar antenado com o cenário atual, afinal em um mundo de relações líquidas, consideradas passageiras, essas condutas, também demonstram suas fragilidades e por que não dizer suas efemeridades.

Basta um fazer… e quase todos vão atrás… não de forma sensata e lúcida, mas sim envolto em uma áurea de inovação, mesma que seja requentada e até mesmo sem aderência alguma.

Vamos a um exemplo? Hoje, muito se fala em disrupção e pior que abordam de forma equivocada.

Para começar: “disruption”, em inglês, termo que vem sendo errôneamente traduzido por “disrupção” ou “disruptura”, já que o verbo em português é “diruir” ou “derruir”, que significa “desmoronar” já demonstra que ouvimos e passamos adiante, sem efetivamente termos noção clara de seu emprego.

Seu uso começou no berço da inventividade, o Vale do Silício, nos Estados Unidos e sua associação é justamente com “ruptura”, mas, em uma outra tradução mais assertiva seria “ruína” ou “derrubada”, já que dirupção é uma ruptura feita à força. Traz noção de colapso, de descontinuidade, de desorganização e de deslocamento.

Já começamos a entender que seu uso na área de eventos é no mínimo encarado com cautela… tendo em vista que desorganização é tudo que não podemos abraçar majestosamente!

Há eventos que não estão atrelados a inovações… que o tradicional é que deve reinar, sem nenhuma neurose. São eventos clássicos, que seguem determinados padrões e são exitosos por isso! E porque teima-se em criar condições para a tão famosa disruptura se a mesma não encontra acolhimento no seio de determinados públicos-alvos e conceitos? É só para ficar na moda? Para manter-se em uma pseudo popularidade?

Não… em mercados onde o amadorismo não reina, isso não acontece!

Esse fato só demonstra o amadorismo que temos ainda predominante, onde o que um faz, rapidamente se torna alvo de cópias, na maioria das vezes, capengas e monstruosas ao extremo.

Não seja mais um “Maria vai com as Outras”… seja autêntico… seja coerente… seja profissional!

Não use algo só para estar na “vibe”. Use com consciência de que é o melhor para seu projeto, pelos valores que irão ser agregados e não por algo que será mais um… sem nexo e sem liga, mas estará no meio de todos.

Usar as novidades demanda pensamento estratégico e sagacidade e não pode ser algo tratado de forma tão leviana e desproposital.

Por mais autenticidade e competência no mercado de eventos… esse deveria ser nosso mantra… e não só … disruptura por disruptura!

Para refletirmos!