Dois anos após a tragédia de Santa Maria, na qual 242 pessoas faleceram e mais de cem ficaram feridas e algumas até hoje realizam tratamentos médicos para sua plena recuperação, quem é da área de eventos percebe que quase nada mudou com relação a tratativa da segurança no setor… tudo continua sendo gerido de forma amadora, irresponsável, no qual a palavra de ordem não é a ética em prover total bem estar aos participantes de um acontecimento especial… mas sim a ganância e ambição desenfreada que corrói projetos, ações e ceifam vidas.

O caso da boate Kiss tornou-se um marco emblemático de circunstâncias amadoras e que não podem ser toleradas jamais!

A tragédia iniciou-se pelo uso irracional de sinalizadores, não adequados ao ambiente interno, por integrantes de uma banda que se apresentava no local. As faíscas dos sinalizadores, que foram apontados para o teto da casa, logo incendiaram a espuma de isolamento acústico e o fogo se alastrou rapidamente por toda a boate, que possuía apenas uma única porta de saída, com dimensões pequenas para a quantidade de pessoas presentes, muito acima do que a princípio foi autorizado pela corporação dos bombeiros. Um grande número vítimas não morreu queimada, segundo as autoridades policiais, mas sim asfixiadas pela fumaça por não terem conseguido sair do local. As obras que o local recebeu, em vez de tornar o lugar mais seguro, privilegiou somente a estética e acabou gerando ainda mais periculosidade, já que pelo uso barato de um material altamente inflamável e tóxico colaborou para aumentar os números de vítimas da tragédia.

Outro dado aterrorizante diz respeito a ausência do alvará de funcionamento que desde agosto de 2012 encontrava-se vencido… ou seja… as mesmíssimas circunstâncias de Cromanón, tragédia ocorrida em 2004 na Argentina e que apresentou circunstâncias similares a de Santa Maria.

A diferença atual diz respeito a justiça. Na Argentina os culpados foram responsabilizados e estão cumprindo penalidades por seus erros. Agora no Brasil… o que prevalece é a impunidade… a morosidade… e isso faz com que as probabilidades de novos acidentes e tragédias venham a acontecer.

Esses exemplos tristes precisam seriamente serem apurados e fixados na memória de todos que trabalham na área de eventos… Ganância + Irresponsabilidade jamais deverão estar acima do Respeito e Valor das Vidas Humanas.

Segurança em Eventos não é gasto desnecessário e que pode ser retirado levianamente da planilha orçamentária, pelo contrário, investir mais em segurança de nossos eventos traz retorno garantido, já que mortes não tem reversão.

Saving não combina com Segurança! Sejamos mais responsáveis e vamos elevar a Segurança como item prioritário e sem cortes de investimentos!