O Rock in Rio começou oficialmente na última sexta-feira, dia 15 de setembro, mas a intensidade das reflexões que podemos extrair para colaborar com a nossa contínua busca de qualidade em nossos eventos é gigantesca.

Considerado como o mais emblemático festival de música do Brasil e por que não dizer do mundo na atualidade, o Rock in Rio, que este ano completa 32 anos, também figura-se como um dos mais exitosos planejamento de megaeventos, que considera inúmeros aspectos paralelos e que acabam se tornando essenciais para ampliar toda a engrenagem econômica e social do projeto.
Afinal já foram mais de 7,5 milhões de pessoas que já foram impactadas diretamente com o evento, participando em 17 edições do festival, que não pretende ser finalizado, já que o próprio idealizador Roberto Medina, já sinalizou o interesse de fincar sua bandeira em outros territórios, já que sua marca é global, há muito tempo.

O primeiro susto da edição 2017 foi o cancelamento, anunciado às vésperas da abertura, de uma das headliners do festival, a cantora Lady Gaga, em função de intensa dores, decorrentes da fibromialgia que acomete a artista.

Um rápido esquema de comunicação e gestão de crises foi colocado em prática, com iniciativas desde o reembolso de quem desistisse de ir ao evento neste dia e o anúncio da atração substituta, na verdade, um show extra da banda carismática de Adam Levine, o Marron 5, já com o passaporte carimbado para o evento e que já estava no Brasil, em turnê por outras cidades.

Problema resolvido? Claro que não!

O impacto desse tipo de imprevisto em qualquer tipo de evento pode ser financeiramente uma tragédia, sobretudo se não estiver segurado, com uma completa apólice.

E nesse caso, a seguradora Chubb, uma das maiores do mundo e que há muito tem uma divisão de entretenimento em seu portfólio e que é a seguradora do Rock in Rio 2017, já começou com muito trabalho, aliás bem antes do que se imagina.

“Os riscos associados com grandes eventos em lugares abertos normalmente são analisados por meio de uma equipe de engenheiros especializados no setor. Esses profissionais estão sempre contribuindo com o gerenciamento de riscos de feiras, congressos, shows, exposições, eventos esportivos e outros tipos de acontecimentos a fim de garantir a oferta de uma apólice de seguro com uma atraente relação entre custos e benefícios”, declara a responsável pela área de seguros de Entretenimento da Chubb, Juliana Santos.

Infelizmente no Brasil, a cultura de contratação de seguros para eventos ainda não é uma realidade, porém, com leis que estão entrando em vigor no país, poderão modificar esse quadro, com a obrigatoriedade da contratação de pelo menos o seguro de responsabilidade civil… já é um início.

Outro assunto que ganhou nossa atenção foi relacionado a fiscalização sanitária realizada na cidade do Rock referente aos serviços de A&B.

No intuito de ampliar cada vez mais sua entrega de experiências, a edição de 2017 do Rock in Rio, projetou uma novidade: o Gourmet Square, uma super praça de alimentação, que tem até ar condicionado e chefs badalados como Roberta Sudbrack e foi esse estabelecimento comandando por ela que ganhou projeção na abertura, mas não pelo sabor do cardápio em si.

A Vigilância Sanitária municipal, multou a Sudbrack Gastronomia– com base em legislação nacional (lei 7.889 de 23 de novembro de 1989) – após técnicos encontrarem alimentos que não possuíam registro para comercialização dentro do município do Rio de Janeiro, o Serviço de Inspeção Federal -SIF.

Portanto, os 160 kg de alimentos irregulares encontrados no estabelecimento da chef no Rock In Rio, foram impedidos de serem comercializados. Já os 850 kg de alimentos encontrados no local de estoque, que fica localizado fora da área do evento que seria usado para abastecer o estande, foram lacrados para impedir a comercialização e cabe, agora, ao Ministério Público, para que seja definida a destinação desses alimentos, já que entraram de forma ilegal no município.

Cabe ressaltar que o estabelecimento não foi proibido de comercializar produtos nos próximos dias de evento, desde que adquira produtos adequadamente registrados. Porém a chef Roberta Sudbrack decidiu finalizar sua participação no Rock in Rio 2017, demonstrando sua contrariedade pela ação, que a mesma, considerou autoritária e por meio de suas mídias sociais, declarou:

“Todos os itens apreendidos foram inspecionados pelos órgãos sanitários dos seus Estados. O motivo? Faltava 1 carimbo, um selo, uma coisa qualquer. Estou fechando a minha operação no Rock in Rio porque a minha ética, o meu profissionalismo e as minhas convicções não me permitem ver uma cena dessas.”

Vale ressaltar que é atribuição da Vigilância Sanitária o gerenciamento do risco sanitário em eventos de massa, haja vista o risco potencial para a saúde dos frequentadores. As ações iniciam-se antes do evento, por meio da elaboração de plano operacional e de ações educativas junto aos prestadores de serviços.

Outros casos similares também ocorreram em outros PDVs na Cidade do Rock, demonstrando que a fiscalização não irá descansar e que pretende cumprir o que é lei.

Errado? Não é… Falta conhecimento, maior zelo e sua correta aplicação, afinal, leis existem… mas como a fiscalização não existe ou é falha, ou até mesmo, corruptiva. Temos que cumprir o que está estabelecido como norma.

E nos eventos, principalmente no Brasil, conhecida por ser a terra do jeitinho e da gambiarra… por incrível que possa parecer, não estamos tão acostumados com essa efetiva ação, porém, temos que ter isso como aprendizado e rever alguns pensamentos, procedimentos e práticas, afinal, o que queremos é sempre que nossos projetos sejam um sucesso, sempre com muita segurança e bem estar geral!

E estamos só no começo… vamos aprender mais?