A ansiedade com a chegada da realização de um evento, sempre foi considerada muito normal, no meio dos Organizadores Profissionais de Eventos (OPCs).

Porém na atualidade brasileira, podemos caracterizar esse momento como de grande temor, não só pelo trade de eventos, mas para todos os brasileiros com algum tipo de acessibilidade às informações relacionadas a organização da XXXI dos jogos olímpicos, conhecida como Rio 2016.

A emoção eufórica e de puro êxtase em tornar-se a primeira cidade do território sul-americano a sediar as Olímpiadas, oriunda em 2009, deu lugar a uma emoção nervosa, com doses extremas de constrangimentos e uma estima, que nem se pode considerar baixa, pois está mais rasteira, que chinelo desgastado.

O endividamento público local, de ambas as esferas (municipais, estaduais e federais), é por todos reconhecido, atravessando as fronteiras tupiniquins e expondo mundialmente a nação fragilizada, desgovernada e com futuro incerto.

Falta investimento em tudo, até no básico, o que coloca em alerta o Comitê Olímpico Internacional, que apresenta relatórios dizendo estar muito satisfeito com todas as premissas de compromissos, até então entregues e que busca sempre, com sua visão Poliana, demonstrar tranquilidade e continuar em frente, já que a escolha feita não possui outra alternativa. Apesar de não ser descartada totalmente essa hipótese…

Endemias, que se tornaram pandemias, hospitais de gestão pública, em estado total de calamidade, segurança pública atingindo alarmantes índices de descontrole, não há verba para sua modernização, as UPPs sendo abandonadas ou reintegradas aos antigos comandos marginais, e isso, sem falar na falta de verba para pagamentos de salários de servidores. Dá para imaginar o sufoco dos prestadores de serviços e fornecedores, que carregam a incógnita de receberem ou não pelos trabalhos que serão executados.

Obras entregues, que caem e até matam, demonstrando o amadorismo e irresponsabilidade nas suas tratativas contratuais e estruturais.

Vistos liberados, facções terroristas por aí, pronunciamento oficial de estado de calamidade pública governamental, tiros ali, balas perdidas acolá, e quando não, são facadas ou estupros coletivos.

Esse cenário assustador, fruto do imbróglio incompetente de gestores egocêntricos e sem valores humanos, é o que temos a oferecer as mais de 206 nações, que estarão em solo nacional e que a partir do dia cinco de agosto iniciarão as competições, por medalhas em suas respectivas modalidades esportivas.

Ao Brasil já cabe receber a medalha da vergonha, da desonra e da pena global, conquistada ao longo dos últimos anos e que nos remete a uma única certeza: o país de grandezas e potencialidades singulares, até tentou, gingou, fez fita, mas tropeçou, cambaleou, foi nocauteado e agora, de joelhos, sem direito a uma prorrogação, lacrimeja por sua performance pífia, desfocada e sangrando no coração e alma de seus mais de 200 milhões, implora por mais respeito, zelo e dignidade.

Nossa nação precisa ser acarinhada, acolhida e necessita de pessoas fichas limpas, com ideias e ideais, que extrapolem o individualismo vil, baderneiro e retrógrado, que possibilitem seu renascimento, assim como uma fênix, segundo o próprio mito grego.

Não será fácil, mas é possível, até por que a delegação dos falsários e marginais que assolam o poder e conduziram o país nesse estágio terminal, não pode ter tanto poder quanto todo o povo guerreiro, que tenta manter o Brasil ainda respirando, apesar de estar também ferido, apático e quase inerte.

O que acontecerá nos próximos 47 dias, infelizmente não é uma incógnita, mas assusta, ainda mais, com as possibilidades de maior estrago, com golpes ainda mais duros e que podem ser fatais.

Nessa hora, precisamos realmente contar com toda a miscigenação de crenças que o Brasil tem e pedir não só que o Cristo Redentor estenda sobre nós seus braços, mas que todos os outros santos, entidades divinas e seres do mundo espiritual estejam, mais que nunca, entre nós… pois iremos precisar de todas as bênçãos possíveis e impossíveis.