Por Andrea Nakane

Impossível não “chover no molhado”, mas é fato notório que o ano de 2016 não foi um marco no universo dos eventos brasileiros, mesmo sediando um dos maiores eventos mundiais, os Jogos Olímpicos.

Os savings, velhos conhecidos dos profissionais da área, intensificaram sua hegemonia para que projetos efetivamente fossem concretizados. Era isso ou nada! A adaptação e flexibilidade formaram a dupla da vez e quem demorou a acolhe-lás sentiu na pele e no seu fluxo de caixa uma queda acentuada.

Momentos assim acabam impulsionando uma onda de nostalgia… olhando o passado com certa inveja… afinal caímos posição no ranking da ICCA, temos visto cada vez um menor número de participantes em feiras e outros eventos de negócios. E há ainda àqueles que insistem em modelos de organização e planejamento de eventos ultrapassados, enquanto outros, pegaram carona em um odisséia tão high tech, que transformaram seus eventos em uma espécie de ambiente de ficção científica, repleto de efeitos especiais, que acabam por mascarar ou até mesmo minimizar toda sutileza e beleza do high touch.

Em uma sociedade líquida, onde quase nada se perpetua e quase tudo se descarta, os eventos não ficaram à margem dessa conjuntura.

Olhando assim… podemos até pensar… nossa que turbilhão… como foi difícil… agora, é a hora de respirar de forma menos ofegante e mais fluida.

Ledo engano… as projeções para 2017 não são otimistas… há pesquisas que demonstram que o segmento irá ter leve aquecimento… mas nada compensador a retomada anterior.

É hora de muito crowdsourcing, de evidenciar a força do coletivo, não de uma forma nada su generis… é o mega, é o grande, o médio, o pequeno, o micro… enfim, todos com o poder de suas vozes é que podem fazer a diferença e segurar as rédeas para ousar mais, de forma segura e estável.

2017 não será fácil, mas já temos experiências anteriores e nesse ardor, acumulamos resiliência, nos fortalecemos em encontrar o bom em vez do melhor, àqueles que investiram em sua educação continuada terão já uma largada diferenciada, com mais ritmo e soluções mais criativas, equilibrando, emoção e razão.

2016 ficará para trás, enquanto 2017 nos dará a oportunidade de um recomeço, ainda nada glorioso, mas necessário para chegar mais à frente, enxergando que nada será como antes, mas que será conforme o que semearmos… independente do terreno que temos para arar… afinal, terra é vida… e tendo os componentes e fertilizantes adequados ou possíveis, poderemos nos surpreender e acompanhar uma colheita de muita fartura e abundância.

Vamos aproveitar as festas de final de ano e agradecer o que passou… mesmo não sendo algo fantástico… e atrair boas vibrações para a jornada que breve começará e que logo também se encerrará… pois esse é o ciclo que nos emana e nos faz evoluir!

Um Natal de muita Fé e um Ano Novo de trabalho e desruptura, repleto da magia do encontrar o outro por meio da realização dos eventos!