A 89º edição da premiação do Oscar – uma das mais importantes festas mundiais da arte cinematográfica – será lembrada para sempre, não por sua cerimônia luxuosa, seu fotografado tapete vermelho e/ou seus premiados talentos, mas sim pelos grandiosos deslizes que teve seu cume com o anúncio de melhor filme para um… quando na verdade, não era esse o laureado.

Surreal? Não … verossímil… pois foi exatamente o que ocorreu quando os veteranos Warren Beatty e Faye Dunaway, estrelas do clássico “Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas” (1967), anunciaram que o vencedor era “La La Land”, mas o premiado foi “Moonlight”. E isso na categoria mais aguardada do evento.

Constrangido ao extremo, Warren Beatty e Faye Dunaway afirmou que se confundiu ao ler o nome “Emma Stone”, em vez do nome de um filme, fato que ocorreu porque estaria com o envelope errado nas mãos –o que indicaria o vencedor de melhor atriz, em vez do de melhor filme. A atriz Emma Stone afirmou que o envelope com seu nome estava sob sua tutela o tempo todo, já que a mesma já tinha recebido o anúncio e sua estatueta anteriormente.

Se tivessem lido melhor…. teriam identificado que a categoria não estava de acordo com seu pronunciamento… mas isso também é exigir em demasia… cada um tem que fazer a sua parte…

O mistério foi solucionado horas depois em um comunicado objetivo divulgado pela PricewaterhouseCoopers, empresa de auditoria responsável pela confecção dos envelopes para leitura dos vencedores.

“Pedimos sinceras desculpas a ‘Moonlight’, ‘La La Land’, Warren Beaty, Faye Dunaway e aos espectadores do Oscar pelo erro que foi cometido durante o anúncio de melhor filme. Os apresentadores receberam por engano o envelope da categoria errada e, quando descoberto, o erro foi imediatamente corrigido. Estamos investigando como isso pode ter acontecido e sentimos profundamente pelo ocorrido”, diz o texto, que agradeceu “aos indicados, à Academia, à [rede de TV] ABC e [ao apresentador] Jimmy Kimmel pela maneira como lidaram com a situação”.

Tal gafe não foi a primeira em períodos recentes em grandes eventos, tendo reanimado na memória mundial com relação a penúltima edição do Miss Universo quando o anúncio da mais bela foi feito e a candidata da Colômbia recebeu sua coroa e faixa… porém o MC Steve Harvey anunciou equivocadamente a segunda colocada como vencedora do concurso, o profissional, que é também um comediante, viveu um verdadeiro drama e retificou que na verdade não foi a colombiana e sim a representante da filipina Pia Alonzo Wurtzbach a detentora do título. Saia e Calça Justas que entraram na história do concurso de beleza.

Mas, a cerimônia do Oscar de 2017 ainda conseguiu gerar ainda mais perplexidade com outro “mico” fenomenal: o evento usou a foto de uma produtora, viva, durante o segmento In Memorian, que homenageia os profissionais do ramo falecidos no ano anterior.

Janet Patterson, uma figurinista australiana indicada quatro vezes ao Oscar (por “O Piano”, “Retratos de Uma Mulher”, “Oscar e Lucinda” e “O Brilho de Uma Paixão”), morreu em outubro de 2016.

Seu nome e seu cargo no momento da homenagem estavam corretos, mas a foto usada era, na verdade, da produtora australiana Jan Chapman, que teve que se desdobrar para rapidamente avisar a familiares e amigos que ela estava bem e ainda por aqui.

Ora… por mais que saibamos que errar faz parte da história de cada um de nós… há momentos que isso torna-se inconcebível.

São meses e meses de planejamento, uma grande equipe dedicada a prover e executar com maestria ações que gerem a plena sinergia com o sucesso final, milhões e milhões de dólares para que nada falte ao processo… e ao final ter esse tipo de resultado. Chega a ser imperdoável.

Não… em eventos…principalmente desse porte, isso não pode se quer ser cogitado. Isso só demonstra que por pretensão e arrogância, os pequenos detalhes estão sendo deixados de escanteio… que algo simples como checar e rechecar envelopes, que inclusive há prestadores de serviços contratados somente para isso, estão sendo negligenciados.

Isso pode ser um sinal que o amadorismo, como uma espécie de erva daninha, não só cresceu, mas se consolidou no âmago dos eventos e que vem ganhando cada vez mais espaço, proliferando-se de maneira sorrateira e muito dolosa ao brilho dos projetos.

Há outros que até digam que tudo não passa de uma bem esquematizada estratégia de promoção, no melhor estilo, falem mal, mas falem de mim… porém essa teoria, de tão banal que é, tende a ser descartada, já que credibilidade e reputação são valores, na atualidade tão preciosos, que nem o melhor Relações Públicas, conseguirá gerenciar as perdas e fragilidades que assolaram uma marca, o que poderá até mesmo leva-la, gradativamente, a ser desprezada e, em algum momento, até mesmo, ser adormecida, esquecida, já que em tempos de relações efêmeras… nem o tradicional se sustenta frente a tantas maculações.

Se isso acontece nos States… o que não deve acontecer em outros rincões? Ai, meus sais… que cenário nada cinematográfico que estamos vivendo no universo dos eventos… dá muito medo!!!